30.12.10

Diga não ao doping!

Quase dois meses depois, volto a postar motivado por uma ótima causa. Classificar a causa como ótima é pouco, perto da importância que o tema tem. É uma causa e um tema importantíssimos no esporte brasileiro de maneira geral e, principalmente, no triatlo, visto que nosso esporte, praticamente não tem uma política definida em relação a isso.Mesmo porque a CBTri anda um tanto omissa às causas do próprio esporte que deveria comandar.
Eu sou um mero triatleta amador. Já consegui um pódio aqui e outro alí (todos em provas de longa distância), mas o que me move mesmo é a paixão pelo esporte que, atualmente, eu pratico. Na verdade, o triatlo é um esporte característico, pois aglomera 3 práticas (esportes) diferentes: natação, ciclismo e corrida (atletismo).  Por ele ter características tão desafiadoras em três esportes distintos, e em todas as modalidades, a resistência (endurance) ser a característica principal, não só o condicionamento físico é importante, mas a força psicológica é essencial . Afinal, estamos nos desafiando constantemente e, se não estivermos focados e determinados em atingir nosso objetivo, somente o condicionamento físico não será suficiente. Estamos sempre colocando à prova nossa capacidade de superar dificuldades, de nos mantermos determinados, de persistirmos em conviver com dores para cruzar uma linha de chegada, seja lá em quanto tempo for.
Só que existem supostos atletas, que não se contentam em vencer a si mesmos e às suas próprias dificuldades e, sei lá qual o motivo, apelam para o doping. É uma das mais covardes maneiras de se conseguir uma performance melhor. Não quero justificar - e muito longe de concordar com isso -, mas entre os profissionais, é muito mais fácil ceder à "tentação", pois existe a pressão dos patrocinadores por bons resultados entre outras coisas.
Eu não consigo entender como alguém consegue se dopar e ir competir. Para mim, é o suprassumo da imbecilidade. O sujeito (ou sujeita) passa algumas semanas, ou meses, sei lá, fazendo um esquema para que possa melhorar alguns minutos no seu tempo final. Beleza! Mas será que essas pessoas (atletas?) conseguem colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente, sem se sentirem culpados de nada?
Na boa, eu comparo esse tipo de atitude às pessoas que ao receberem um troco errado - mais do que deveriam receber e mesmo que seja R$0,01 - numa padaria, vão embora como se nada tivesse acontecido. É como achar uma carteira no chão, com qualquer quantia que seja, e não se preocupar nem um pouco em devolver.
Resumindo, é uma atitude de caráter. E caráter, é algo que, ou nascemos com ele, ou naõ. E se não nascemos, não há como adquirí-lo, como comprá-lo, como querer ter. É da índole e está no sangue.
Mas os atletas brasileiros que foram pegos, ainda tem a chance de se redimirem. Henrique Siqueira já se manifestou arrependido e, na minha humildíssima opnião, deve ser punido, cumprir a pena imposta e, assim que a mesma acabar, voltar ao esporte. E que seja de maneira exemplar, mostrando a todos a capacidade que ele tem de superar as dificuldades e mostrar a todos a sua verdadeira capacidade.
Para encerrar, vou reforçar a minha vontade, minha angústia, minha revolta, meu senso de honestidade, e pedir que o exame antidoping, seja aplicado também aos amadores. Acredito que nessa categoria, a 'coisa' seja até mais descarada do que entre os profissionais.
Não vou fazer isso, mesmo porque é totalmente desnecessário e não tenho provas - são apenas impressões pessoais -, mas vejo alguns triatletas que conseguem baixar seus tempos na mesma prova - de um ano para o outro, lógico - em 40', 50'. Tudo bem! Treinamento sério, dedicação e determinação, podem nos levar a atingir resultados super expressivos. Mas baixar tempos de maneira, digamos, agressiva, insana, de um ano para o outro, é desconfiável.
Como não tenho a menor capacidade, muito menos conhecimento técnico para falar a respeito, e falo tudo isso da maneira mais pessoal e empírica possível, deixo registrado o meu protesto e, principalmente, o meu desejo de que os órgãos competentes, as Associações responsáveis, os Comitês Olímpico Brasileiro e o Olímpico Internacional, sejam rígidos o suficiente para, no mínimo, tentar acabar com essa palhaçada.
E que atletas amadores também sejam fiscalizados, pois, nas categorias envolvidas nesse nível, a 'palhaçada' e o desrespeito são maiores ainda.