14.9.10

Determinação às avessas

Há muito tempo eu não tinha uma contusão séria. Eu até me orgulhava - calado - de ter esse 'status'. Treinei forte, fiz 2 ironmans, uns 5 meio ironman e algumas outras corridas. Treinei forte até mesmo quando não tinha competição para participar. Mas acho (tenho quase certeza) que agora estou pagando um preço por não ter me dado o descanso suficiente nos momentos corretos.
O mais curioso é que no feriado de 7 de setembro, viajei com a família - e jurei para mim mesmo que não treinaria - para tirar umas férias dos treinos, pois eu já estava sentindo alguns sintomas de 'overtrainning'. Quando voltei, no dia 8, treinei bem leve e segui assim até o último domingo. O máximo que fiz, foi um treino de 94 minutos de spinning no sábado, dia 11. No domingo, sai para uma corrida de 45 minutos, que foi praticamente uma caminhada. Até aí, tudo bem. Descansei o máximo possível para recomeçar os treinos visando algumas competições, as quais eu ainda teria que decidir 2 entre 4.
Fui dormir no domingo com uma leve dor no pé direito, bem próximo ao dedinho, mas que não incomodava. Já de madrugada, acordei com meu filho chorando e ao levantar para ir ver o que estava acontecendo, eu praticamente não conseguia pisar o chão. Foi uma dificuldade enorme ir até o quarto dele. Pisei com o calcanhar na ida e voltei aos pulos com a outra perna, pois já não agüentava de dor.
Voltei a dormir um pouco incomodado, mas consegui descansar mais um pouco. Porém, ao acordar pela manhã, era impossível encostar até mesmo o calcanhar no chão. Levei o meu filho prá escola e fui direto a um P.S.. Lá, depois de feito um Raio X, nada foi constatado, mesmo com o pé inchando a cada minuto. O médico sugeriu que para conseguir um diagnóstico mais apurado, eu deveria fazer uma Ressonância Magnética, pois, se houver uma fratura por estresse, só com esse exame ela poderá ser detectada.E disse que, se na R.M. nada for constatado, o único diagnóstico é uma tendinite.
O mais difícil de tudo isso é ficar esperando uma data para realizar o exame, sem saber o que realmente aconteceu. E pior ainda, é ficar sem poder fazer absolutamente nada, com o pé para cima e fazendo sessões de gelo a cada 2 horas. Até na última madrugada eu fiz.
Agora, a única alternativa que tenho é ter muita determinação, até que eu possa descobrir o que realmente aconteceu. Da mesma maneira que tenho (temos) que ter muita determinação para treinarmos e atingirmos nossos objetivos, terei que ter uma determinação (às avessas) para ficar quieto.
Assim, com uma perna só e de muletas, caminha a humanidade.

2.9.10

Green Race


Uma das coisas que eu mais gosto de fazer, é participar de competições em locais que eu não conheço. Ou se conheço, gosto quando chego ao lugar, e logo percebo que algumas coisas mudaram para melhor.
No último domingo, aconteceu aqui em Jundiaí uma ultramaratona (50 km) Green Race (www.greenrace.com.br), em um percurso sem praticamente nenhum asfalto. Tanto é, que o lema da prova diz: "A Corrida Fora do Asfalto". Havia um pequeno pedaço de asfalto perto do retorno dos 25 km, que na verdade não dá para ser levado em consideração.
Mesmo a corrida tendo acontecido no "quintal de casa", eu não conhecia esse percurso. A Serra do Japi é um lugar lindíssimo, com muita mata e uma tranquilidade incrível. Passo muitos dos meus finais de semana por lá e muitas vezes o 'barulho' que o silêncio faz, chega a incomodar.
Eu acabei não participando da corrida, pois estou com uma lesão no calcanhar direito que ameaça 'subir' para o tendão.Corri 30 km bem de leve e, mesmo assim, quase estourei a outra perna, pois jogava o peso para o lado esquerdo, tentando evitar que aumentasse a dor no calcanhar. Tudo isso fruto de uma vontade incontrolável que tive em voltar 20 anos no tempo e andar de skate. Muito provavelmente terei que abandonar mais esse esporte. Afinal, não tenho mais os 16 anos que tinha quando andei pela última vez.
Voltando à competição, por ter sido a primeira, podemos considerá-la boa. Havia a categoria solo 50 km (masc./fem.), 10 km (masc./fem.), caminhada de 5 km e o revezamento dos 50 km. Pelos relatos que ouvi ao final, o único problema existente, foi uma falha na hidratação nos 50 km solo. Os 4 primeiros colocados ficaram sem água justamente no trecho mais difícil do percurso e ao questionarem alguém da organização do porque da falha, ouviram que não era esperado que eles chegassem tão rápido ao local. Lamentável, para dizer o mínimo. Felizmente, essa falha não prejudicou o desempenho do pessoal.
O vencedor fechou a prova em 3horas e 51 minutos, fazendo um pace de 4'27"/km. Fernando Beserra da Silva, de 28 anos, é gari e disse que até fica fácil correr, pois o treino é o trabalho e vice-versa.
No feminino, quem ganhou foi Maria Cláudia Ferreira Souto, de 38 anos, e fechou a prova em 5h15' (pace de 6'17"/km).
Conversando com alguns dos participantes dos 50 km solo, fiquei surpreso ao ouvir que o percurso da prova Bertioga-Maresias é 'fichinha' perto desse. Realmente, a Serra do Japi - assim como toda serra - é um local de um sobe-desce interminável. Fica aí a dica para quem quiser treinar para ultramaratonas, ou mesmo para provas mais duras que sejam fora do asfalto. E que a BrasilWild continue organizando e realizando essa prova em outras oportunidades.

16.8.10

Pinguim


Nesse final de semana me senti um pinguim. Pelo menos durante os treinos. Como eu já havia planejado fazer apenas treinos de corrida visando uma "mini" ultramaratona de 50 km que pretendo correr no próximo dia 29, não fiz nenhum treino de bike. Foram 2 treinos de corrida, num frio desgraçado!
Há muito tempo eu não corria em dias seguidos, dois treinos que posso considerar longos. No sábado fiz um de 19 km, ritmado, onde me senti muito bem. Percurso variado, muitas subidas e descidas, e tentei variar o terreno o máximo possível. Prá terminar, cheguei na casa do sogro e subi dez andares de escada, ainda correndo. A frequência cardíaca ficou mais alta que o próprio prédio. Mas valeu a pena. Ainda dei uma corridinha bem leve no corredor, para ajudar a baixar a FC.
Já no domingo, saí com a intenção de correr por pelo menos 2 horas, bem leve. Apenas para fazer volume e adaptar um pouco mais a musculatura ao esforço de correr por longas horas. Ainda no elevador, ouvi no rádio que a temperatrura era de 11°C, mas com a sensação térmica de 6°C!!! Comecei o treino bem de leve, como manda a cartilha da longa distância. Não adianta querer sair forte, porque, uma hora ou outra, você será obrigado a diminuir o ritmo.Querendo ou não! Mas estava complicado respeitar essa regra. Correr devagar significava passar frio. A FC não subia de jeito nenhum e as pontas dos dedos estavam congelando. Nos primeiros kilometros eu tive certeza de ter tomado a decisão correta em não pedalar nesse final de semana. Eu me conheço e sei que iria me irritar por passar muito frio. Mas logo joguei a a regra pro alto e acelerei mais um pouco e, em menos de cinco minutos, o treino já estava bem mais confortável. Daí prá frente foi só alegria. Rodei por 2h e 10', sendo que nos 20' finais, eu senti bastante dor na panturrilha (não sei dizer se no músculo sóleo ou no gastrocnêmio) e para terminar no mesmo ritmo o treino, fui o tempo todo pensando na macarronada e no vinho que me esperavam. Sensacionais! Dos últimos, foi um dos melhores almoços que já comí. Não posso dizer com precisão qual foi a distância percorrida, mas, dando um chute prá baixo, uns 23 km. Mas que foi difícil controlar a sensação de ser um pinguim paulistano, isso foi.

4.8.10

É proibido pedalar


Esta postagem faz parte daquelas categorias "nada a ver", mas que tem um toque de curiosidade.
Muitos que frequentam a Cidade Universitária já notaram, já devem ter feito piadas, brincadeiras e etc. Mas essa foto que ilustra a postagem, é de uma placa que fica lá na "Bolinha da USP".
A mesma bolinha que o Arthur (Alvim, da Run&Fun) bateu o recorde de distância e tempo pedalando. A mesma bolinha que muitos outros ciclistas e triatletas que conheço, já passaram milhares (isso mesmo!) de vezes em treinos insanos de bike, em treinos rodados, fazendo tiros e tal.O mesmo local que recebe centenas de ciclistas durante a semana e, principalmente, nos finais de semana.
Eu sou daquelas pessoas que respeita todas as sinalizações existentes e que muitas vezes é considerada trouxa por agir assim . Faço isso por que ando de bike, de moto, corro a pé pelas ruas e, quando estou dentro do carro, tenho a noção exata dos perigos a que estão sujeitas as pessoas nessas situações e o quão protegido está quem dirige um carro. 
Mas, obviamente, não é o caso de respeitar essa sinalização. Acredito que essa placa esteja lá há tanto tempo, que passou a ser algo desnecessário, pois o local e o costume das pessoas sobrepujou a única função que uma placa de sinalização tem.
Aliás, o único 'aviso' que ela dá é de que o campus está largado e mal administrado há muitos anos.
Se alguém souber desde quando essa placa está por lá, por favor, me mande informações.